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Pleonasmo: vicioso e literário

  • Foto do escritor: Jasmin Palumbo
    Jasmin Palumbo
  • 11 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura

Pleonasmo

Também chamado de redundância


Para Bechara, em seu livro Moderna Gramática Portuguesa, pleonasmo é “a repetição de um termo já expresso ou de uma ideia já sugerida, para fins de clareza ou ênfase”.


Há o pleonasmo vicioso (utilizado como vício de linguagem) e o pleonasmo literário (para fins de ênfase).


Exemplos de pleonasmo vicioso comumente encontrados na fala coloquial: subir para cima, descer para baixo, ver com os olhos, minha opinião própria, multidão de pessoas, surpresa inesperada, outra alternativa.

O “subir para cima” e exemplos parecidos (como “entrar para dentro”) ouço muitas pessoas tendo a consciência que é uma redundância, mas, como o vício que é, ainda usam. No entanto, “surpresa inesperada” e “outra alternativa” ouço os falantes cometerem este equívoco sem notar que uma surpresa é inesperada e uma alternativa já nos denota a ideia de mais de uma escolha.

Além disso, há o alto uso de “junto com” e “juntamente com”. Em ambas expressões, as quatro palavras têm o valor de preposição, logo, é redundante. Em alguns anos — ou décadas —, não duvido encontrar algumas das expressões escritas aqui como o adequado em nossa língua; afinal, a língua é viva e se modifica perante a fala, para depois vermos as alterações na escrita.

Quem diria há anos que usaríamos com tamanha recorrente “a gente” em vez de “nós”? O “você” em vez de “vossa mercê¹”?


¹ vossa mercê se transformou sucessivamente em vosmecê, vancê e você.







Sim! “Fatos reais” é uma redundância. Bastava dizer “o filme é baseado em fatos” ou “... em uma história real”.


Antes de exemplificar o pleonasmo literário, adicionarei uma menção honrosa para a expressão “vou ir”. Se me perguntassem há alguns meses sobre esta expressão eu diria que é nada mais que um pleonasmo vicioso, no entanto, estaria enganada.

Usarei trechos da matéria do site Migalhas da Uol:

“2) Embora alguns teimem em tachar de errônea uma construção dessa natureza, o certo é que, no plano da Gramática, não há nela erro algum. 3) E é importante perceber que não se trata de pleonasmo, nem muito menos de pleonasmo vicioso, até porque os verbos não se repetem em função, mas o primeiro deles é auxiliar, enquanto o outro é o principal da locução.”

Interessante, não?

Mas, é claro que, não posso deixar de pontuar o estigma social do termo “vou ir”.


Agora, exemplos de pleonasmo literário: “Vi com meus próprios olhos” (frase muito vista em livros contemporâneos);

“Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã” (Chico Buarque);

“E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Moraes);



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Referências: BECHARA, Moderna Gramática Portuguesa, 1999.


 
 
 

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